Páginas

domingo, 4 de abril de 2010

Aos meus queridos alunos da E.E.F Lucas Bez Batti

Ao longo da vida conhecemos muitas pessoas. Umas valem a pena outras nem tanto, não é verdade? Os professores, as moças que cuidam da higiene e alimentação, a diretora e principalmente vocês alunos, são maravilhosos! Estou muito feliz por ter conhecido todos vocês. Muito obrigada.

A caminhada é longa e certamente nos encontraremos por aí!

Beijos mil

Prof. Janine LMP

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Venha participar de História Local - Janine LMP!

Entre em História Local - Janine LMP
Janine LMP
Participe você também de História Local - Janine LMP !
Sobre História Local - Janine LMP
História e Memória.
História Local - Janine LMP Blogs
Eventos
Tópicos
Grupos
Música
Fotos
Vídeos
 
Para controlar os emails que você receberá em História Local - Janine LMP, clique aqui

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Venha participar de Cafe Historia!

Entre em Cafe Historia
A Sua Rede Social de História - Inscreva-se! É rápido e gratuito!
Prof.Janine... 3 amigos
3 tópicos
Venha participar da minha rede social de História!!!!

Você é o meu convidado
Membros em Cafe Historia:
José Leandro José Leandro Sanger Nogu... Sanger Nogueira aline v rosa aline v rosa Catharina O... Catharina Olivieri Flávio L. A... Flávio L. Alencar
Sobre Cafe Historia
Cafe Historia 11772 membros
2825 fotos
442 videos
1231 tópicos
110 eventos
1988 postagens no blog
 
Para controlar os emails que você receberá em Cafe Historia, clique aqui

O meu Trabalho de Graduação

O meu trabalho de Graduação foi voltado para o resgate da história do negro escravo na Freguesia Nossa Senhora Mãe dos Homens do Araranguá do século XIX que conforme Spricigo,(2007, p.11) correspondia a “Gigantesca área de terra, que no século XIX compreendia a parte sul do município de Laguna, em maio de 1848 foi elevada a categoria de Freguesia, passando a ser designada Freguesia Mãe dos Homens do Araranguá. Seus limites iam do rio Urussanga, ao norte, ate o ria Mambituba, ao sul, na fronteira com o Rio Grande do Sul. A oeste fazia divisa com a Serra Geral e a leste com o Oceano Atlântico. Não pude deixar de citar em meu trabalho, o perfil ocupacional do Negro e nele fiz algumas citações.

Fernando Henrique Cardoso apud Sprícigo, ao analisar a presença do negro em Florianópolis, afirma:

[...] a mão-de-obra escrava foi utilizada nos vários setores em que se diversificou a atividade econômica da região. Quantitativamente, o setor agrícola da economia foi o que mais absorveu a mão-de-obra escrava. [...] a partir de 1850, ocorrera na Ilha de Santa Catarina um incremento no cultivo de mandioca e cana-de-açúcar. Essas plantações eram feitas por agricultores médios, que utilizavam escravos, até mesmo o agricultor pobre comprava escravos. ( 2007, p. 76)

Por outro lado Cabral Historiador tradicional, coloca que:

O elemento escravo em Santa Catarina não teve, como em outras regiões do país, largo emprego nas fainas agrícola, só muito raramente, aqui neles empregado. As principais fainas a que foram destinados pretendiam-se ao trabalho nas Armações da Baleias e sua pesca e nas do trafego marítimo, sendo numerosos os que, marinheiros, eram empregados pelos seus senhores nas embarcações que existiam na Província. Como empregados domésticos e das casas de negocio de seus senhores, serventes, encarregados da limpeza das casa, lavadores de vidros e de casa, vendedores ambulante, operários de varias classes, como pedreiros, carpinteiros, pintores, etc. As mulheres, na quase totalidade, domésticas, empregando-se na cozinha, como o doceira, engomadeiras, amas, etc. (1987, p,166)

Segundo o historiador Eduard Hallert Carr :

A História consiste num corpo de fatos verificados. Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos, nas inscrições, e assim por diante, como os peixes na tábua do peixeiro. Os historiadores devem reuni-los, depois leva-los para casa, cozinha-los, e então servi-los de maneira que o mais atrai. (1996, p.45).

Fica minha pequena contribuição com o perfil ocupacional do Negro em Santa Catarina. Procurei em meu trabalho servir os peixes da História tradicional e da Nova, e assim, permitir que o leitor serva-se com criticidade e inteligencia. Sem estes elementos se constrói uma história parcial, distorcida e promotora de racismo.

Um grande abraço.

sábado, 1 de agosto de 2009

Omissão Hitórica - Invisibilidade Negra


OMISSÃO HISTÓRICA – INVISIBILIDADE NEGRA

Presença Negra na Freguesia Mãe dos Homens do Araranguá.


Janine Lacerda Moreira Pereira

Prof. André Bazzanella

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

História (HIDD0011) – Trabalho de Graduação

25/06/2009


RESUMO


O presente trabalho procura resgatar a história do negro escravo na Freguesia do Araranguá do século XIX buscando a reflexão para a identidade cultural e suas conseqüências, provocadas pela omissão histórica. Cita, que a história é a ciência que tem como objetivo de estudo as relações dos homens entre si, os meios de produção e as ralações culturais. Procura conceituar a História tradicional e a História Nova, ressaltando que a preservação da História Local deve iniciar na sala de aula como ponto de partida para o conhecimento histórico, primeiro passo para a análise crítica da realidade social. Segue citando, a Proposta Curricular de Santa Catarina na versão de 88/91, onde, orienta que o ensino da História deve oportunizar o sujeito à compreensão da realidade que o cerca e não aceitando passivamente a ação desta sobre si, mais interagindo coletivamente para modificá-la. A história oral explora as relações entre memória e história rompendo com uma visão determinista que elimina a liberdade dos homens, colocando em evidência a construção de sua própria identidade e igualando as relações entre passado e presente reconhecendo que o passado é construído segundo as necessidades do presente. Aponta, que foi através dos arbitramentos que o Estado se fez presente, podendo assim, resolver questões litigiantes entre os senhores e escravos tornando-se assim fontes importantes, mostrando para a população do Sul de Santa Catarina, a existência de escravos negros na Freguesia do Araranguá e sua luta constante pela liberdade.


Palavras chave: Identidade; Invisibilidade; História.


1 INTRODUÇÃO

Ao refletir sobre a presença negra em Santa Catarina nos voltamos ao século XVII quando Dias Velho fundou, Nossa Senhora do Desterro atual Florianópolis. Estava acompanhado de seus familiares, agregados e escravos.

Ainda no século XVII, Domingos De Brito Peixoto fundou Santo Antônio dos Anjos de Laguna, atual cidade de Laguna. Sendo que o mesmo estava acompanhado de familiares, agregados e escravos.

Durante o século XVIII a Freguesia do Araranguá servia como passagem de tropeiros acompanhados de trabalhadores braçais. Havia migração entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul que iam sendo povoados. Há registros esparsos sobre alguns acontecimentos no sul de Santa Catarina que dão conta da presença negra. Causa estranheza a carência de registros sobre a escravidão da Freguesia de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Araranguá.

O autor Osvaldo Rodrigues Cabral em seu livro História de Santa Catarina, discorre sobre o número insuficiente de escravos disponíveis em Santa Catarina, quando comparado com outras regiões do Brasil, como Bahia e Pernambuco. A insuficiência de escravos poderia levar a Freguesia a uma realidade política e social diferente do restante do país?


As conseqüências para a identidade cultural provocadas pela omissão histórica foram desastrosas, pois quando não se reconhece, não se valoriza, não se divulga e não se respeita os processos históricos de resistência Negra.


O presente trabalho esta voltado para o resgate da história do negro escravo na Freguesia do Araranguá do século XIX que conforme Spricigo,(2007, p.11) correspondia a “Gigantesca área de terra, que no século XIX compreendia a parte sul do município de Laguna, em maio de 1848 foi elevada a categoria de Freguesia, passando a ser designada Freguesia Mãe dos Homens do Araranguá. Seus limites iam do rio Urussanga, ao norte, ate o ria Mambituba, ao sul, na fronteira com o Rio Grande do Sul. A oeste fazia divisa com a Serra Geral e a leste com o Oceano Atlântico.


  1. HISTÓRIA TRADICIONAL E HISTÓRIA NOVA

De acordo com Peter Burke a história tradicional diz respeito á política, primordialmente, por estar subordinada ao estado, enquanto a história nova se liga a atividade humana.

A história tradicional busca acontecimentos ligados aos grandes e mais importantes vultos, vai as fontes oficiais.

Todavia a história nova garimpa pessoas comuns e suas participações na construção na história. A nova história busca incluir as narrativas orais da história vista das bases, de baixo.

A história tradicional procura restringir-se as atuações dos personagens citadas nos documentos e a nova história procura os acontecimentos e novas versões para os fatos narrados. Segundo a história tradicional a narrativa histórica deve ser objetiva e apresentar os fatos exatamente como acontecem. A nova historia não permite que se olhe o passado sob o ponto de vista particular.

A nova história traz novas possibilidades de pesquisa historiográfica trazendo novos conceitos, entre eles a História Local.

As histórias das localidades ficavam restritas à política, religião, e fatos isolados, deixando de lado ricos detalhes que explicariam muito mais a realidade do local, além de criar uma identidade cultural mais forte, lembrando que o agente histórico estaria mais próximo dos fatos.

A história tradicional nos traz uma história escrita conforme o interesse político, sem pesquisas concretas, sem mencionar pobres, negros, mulheres. A nova escrita possibilita os historiadores abranger novas perspectivas e analises diante dos fatos.

A história é a ciência que tem como objetivo de estudo as relações dos homens entre si, e os meios de produção e as ralações culturais. Essas relações estão em permanente movimento, portanto são essencialmente dinâmicas e transitórias. A ciência histórica perseguindo o objetivo procura compreender a realidade social e caminha no sentido de superar a postura de ser apenas o estudo do passado para posicionar-se como ciência que se preocupa com as transformações ocorridas na sociedade.



3 HISTÓRIA LOCAL


Conforme Jungblut:


O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador/educando/sociedade e o meio que vivem e atual . O local é o espaço primeiro de atuação do homem, por isso, o ensino da história local precisa configurar também essa proposição de oportunizar a reflexão permanente acerca das ações dos que ali vivem como sujeitos históricos e cidadãos. (2008, p. 46)



A nova história traz novas possibilidades de pesquisa historiográfica trazendo novos conceitos, entre eles a História Local.

Com isso, falar sobre Ensino da História Local tornasse um trabalho árduo, que possui o objetivo de preservar a memória. Desafio que muitas vezes estimula debates movidos pelo preconceito e intolerância. A História Local se vê solitária, na tentativa de resgatar à herança histórico-cultural da comunidade.


3.1 HISTÓRIA LOCAL / SALA DE AULA


A busca e preservação da História Local deve iniciar na sala de aula como ponto de partida para o conhecimento histórico, primeiro passo para a análise crítica da realidade social. Como mediadores, educadores e historiadores, sujeitos comprometidos com a disseminação e construção do conhecimento histórico local, devem, através de projetos, possibilitar a construção e a disseminação da história local.


A proposta curricular de Santa Catarina na versão de 88/91 estabelece as ações a serem desenvolvidas no currículo de história.


Considera todos os membros da unidade escolar (inclui-se neste projeto a participação dos membros da família) numa ação participativa quanto à elaboração e o desenvolvimento dos projetos pedagógicos a serem desenvolvidos na escola, como também a organização dos conhecimentos.


A Proposta Curricular de Santa Catarina considera necessário novas interações nos eixos norteadores, pois na sociedade são percebidas contínuas mudanças.


Parte do pressuposto do ensino da História que é oportunizar o sujeito à compreensão da realidade que o cerca e não aceitando passivamente a ação desta sobre si, mais interagindo coletivamente para modificá-la.


A Proposta curricular para o ensino de história aponta para a memória como sendo um atributo pessoal e absoluto. Indica como o homem se relaciona com o passado e quais os elementos significativos.


4 HISTÓRIA ORAL

A história oral explora as relações entre memória e história, ao romper com uma visão determinista que elimina a liberdade dos homens, coloca em evidência a construção de sua própria identidade e iguala as relações entre passado e presente reconhecendo que o passado é construído segundo as necessidades do presente chamando a atenção para os usos políticos do passado.


A opção pela história oral possibilita o estudo da vida social das pessoas e o trabalho com a questão do cotidiano, evidenciando a trilha da história dos cidadãos comuns.


Ao tratar de biblioteca digital, Silva aponta as fontes orais como sendo um desafio,


O desafio de um trabalho como este, com fontes orais, esta na possibilidade de apreender as tensões entre os grupos sociais e os sujeitos individuais nos contextos em que elas são produzidas. As fontes orais fornecem, potencialmente, elementos que permitem, de uma forma muito mais orgânica, apreender as dinâmicas dos grupos e dos sujeitos em sues afazeres, valores, normas, comportamentos, etc. apreender tudo isso significa trabalhar com a complexidade da realidade social. (SILVA, 2000,p 32)




A história oral hoje é parte inerente dos debates sobre tendências da historiografia contemporânea ou da história do tempo presente. Como proposto, a história oral implica uma percepção do passado como algo que tem continuidade hoje e cujo processo histórico não esta acabado.


Preservarmos aquilo que nos remete ao passado coma intenção de preservá-lo. É o caso dos museus que são lugares de preservação de memórias. O que torna a memória um elemento na recuperação histórica. Nesse sentido, passado e presente estão interligados.


Presente vivido, passado refletido e presente concebido.


Para Marx, a dialética não é um método apenas para se chegar à verdade, é uma concepção do ser humano, da sociedade e da relação ser humano-mundo. Tanto Mark com Hebel sustentam a tese de que o movimento se dá pela oposição dos contrários - pela contradição. Na dialética materialista expressa o capital, Marx afirma que não existem fatos em si, é o próprio ser humano que figura como ser produzindo-se a si mesmo. Pela sua própria atividade, pelo modo de produção da vida material, a construção da sua história. A mediação entre ele e o mundo para o Ser Humano, o mundo refletido. A dialética não é um movimento espiritual que se opera no interior do entendimento humano. Existe uma determinação recíproca entre as idéias da mente e as condições reais de sua existência “ o essencial é que a analise dialética compreenda a maneira pela qual se relacionam, ancadeiam-se e determinan-se reciprocamente, as condições e existência social e as distintas modalidades de consciência (MAIA, 2006).




5 PRESENÇA NEGRA


Segundo o paradigma tradicional, a história tradicional é objetiva e a tarefa do historiador é apresentar os leitores os fatos. (BURKE, 1992, P. 15)


Nessa linha o historiador Oswaldo Rodrigues Cabral no seu livro A História de Santa Catarina 3º edição publicado em 1987, o autor discorre sobre a presença do elemento Negro em Santa Catarina .


Para Cabral, os números que registram os escravos em Santa Catarina demonstram que o contingente negro da população barriga-verde nunca apresentou elevado índice.


O elemento escravo em Santa Catarina não teve, como em outras regiões do país, largo emprego nas fainas agrícola, só muito raramente, aqui neles empregado. As principais fainas a que foram destinados pretendiam-se ao trabalho nas Armações da Baleias e sua pesca e nas do trafego marítimo, sendo numerosos os que, marinheiros, eram empregados pelos seus senhores nas embarcações que existiam na Província. Como empregados domésticos e das casas de negocio de seus senhores, serventes, encarregados da limpeza das casa, lavadores de vidros e de casa, vendedores ambulante, operários de varias classes, como pedreiros, carpinteiros, pintores, etc. As mulheres, na quase totalidade, domesticas, empregando-se na cozinha, como o doceira, engomadeiras, amas, etc. (1987, p,166)


Em geral, segundo Cabral os negros em Santa Catarina eram bem tratados, não sendo aqui castigados com vigor de desumanidade. Pelo que parece o Sul de Santa Catarina vivia uma realidade escravagista diferente do restante do país.


Por outro lado Fernando Henrique Cardoso apud Sprícigo, ao analisar a presença do negro em Florianópolis, afirma:


[...] a mão-de-obra escrava foi utilizada nos vários setores em que se diversificou a atividade econômica da região. Quantitativamente, o setor agrícola da economia foi o que mais absorveu a mão-de-obra escrava. [...] a partir de 1850, ocorrera na Ilha de Santa Catarina um incremento no cultivo de mandioca e cana-de-açúcar. Essas plantações eram feitas por agricultores médios, que utilizavam escravos, até mesmo o agricultor pobre comprava escravos. ( 2007, p. 76)



Segundo o historiador Eduard Hallert Carr :


A História consiste num corpo de fatos verificados. Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos, nas inscrições, e assim por diante, como os peixes na tábua do peixeiro. Os historiadores devem reuni-los, depois leva-los para casa, cozinha-los, e então servi-los de maneira que o mais atrai. (1996, p.45):


A visão dos fatos e dos objetos passam pela escrita da História, onde o historiador é o principal responsável pelo discurso positivo ou negativo da história.


O que se pretende aqui é alertar e compartilhar a importância de se conhecer a cultura negra, sua história, seu passado. Os fatos que determinam a vinda, a luta, as buscas e a permanência do negro na Freguesia do Araranguá, são situações de conquistas e efeitos que não podem cair no esquecimento.


Na Freguesia do Araranguá no século XIX predominava a ausência do poder do Estado, devido a sua localização. Conforme Sprícigo, (2007, p. 119) “Pertencendo a Laguna, se encontrava em seu limite mais distante, à margem esquerda do rio Mambituba, cerca de 160 quilômetros distante desta”. Assumindo assim, um caráter mais administrativo.


Foi através dos arbitramentos que o Estado se fez presente, podendo assim, resolver questões litigiantes entre os senhores e escravos.


Conforme Sprícigo apud Bonavides, Os processos de arbitrariamentos, foram instituídos a partir da lei nº 2040, de 28/09/1871, Lei do Ventre Livre, em seu artigo 4º, parágrafo 2º, assim redigido:

O escravo que, por meio de seu pecúlio, obtiver meios para indenização de seu valor, tem direito à alforria. Se a indenização não for fixada por acordo, o será por arbitramento. Nas vendas judiciais ou nos inventários o preço da alforria será o da avaliação (2007, p.119).


Os arbitramentos são fontes importantes de pesquisa que mostram para a população do Sul de Santa Catarina, a existência de escravos negros na Freguesia do Araranguá e sua luta constante pela liberdade.


Ao ler o livro do autor Antônio Cezar Sprícigo, 2007. “Sujeitos Esquecidos Sujeitos Lembrados”, torna-se mais claro a importância de uma análise mais profunda que visa não apenas pontos de vista ou até mesmo interesses particulares do historiador e/ou escritor. Pois se corre o risco de tornar alguns pontos importantes da História invisíveis para a humanidade.

Hoje é possível ver o desenrolar de História somando-se cada vez mais como parte de uma História só, ou melhor, no processo de tornar-se uma só.



5.1 REMONTAR O QUEBRA CABEÇA PARTINDO DA IDENTIDADE


Padre Raulino Reitz apud Spricigo apud Spricigo inaugura o discurso que funcionou por aproximadamente meio século, como de fundação da região. Esse foi o único discurso que serviu como fonte de informação à população da antiga Freguesia do Araranguá ganhando força e legitimou-se em meio à população. Ao descrever o Bairro de Peroba pertecente ao município de Sombrio na década de 40 cita:

[...] Peroba é atualmente um povoado de umas 10 casas de madeira construídas de ambos os lados da estrada[...] A população do perímetro da capela é quase atualmente lusa, com exceção de 10 famílias ítalas e umas 30 de morenos de boa índole. Estes habitam nas Perdidas e Rua do Fogo (pág. 23).



É preciso que se estabeleça o que se busca compreender exatamente, o que está dito e não dito. Padre Reitz classifica os negros como ”morenos”, enquanto as demais famílias são designadas de acordo com sua etnia: lusos, ítalos. O termo “moreno” não designa, de maneira alguma, a etnia de um povo, e sim a cor, nos orienta Antonio César Sprícigo (pág.24).

A noção de identidade, segundo a Proposta Curricular, refere-se a pertencimento do sujeito a um determinado grupo de valores de grupos distintos. Trabalhar estas noções de identidade/memória supõe a recuperação histórica da produção das memórias e sua critica radical. Estabelece relações entre o conhecimento e histórico e as ações humanas, com o diálogo intelectual entre o velho e o novo saber.



A História tem sido vista como um enorme quebra-cabeça, com muitas partes faltando, porém o problema não esta nas lacunas desse quebra-cabeça e sim na imagem que construímos de determinado fato histórico.


O processo de fabricação de entidades como povo, raça e etnia são hoje evidentes, mas a mesma artificialidade afetam unidades como nação, estado-nacional e civilização. Como escrever a história de um estado-nacional sem projetar no passado sua definição contemporânea, suas fronteiras, a configuração de seu povo?


6 CONCLUSÃO


É impensável a um país, que nos últimos quatro séculos teve não somente a imigração africana maciça, como também, tem a maioria da sua população descendente de africanos, não ter história africana nos currículose escolares. Pela cultura e pelas construções de identidades dos Afro-descendentes e em nome das pluralidades culturais são justificáveis a presença da história africana como fundamento do conhecimento da história nacional.


O argumento principal para o ensino da História Africana está no fato da impossibilidade de uma boa compreensão da história brasileira sem o conhecimento das histórias dos atores africanos, indígenas e europeus. A história política brasileira inicialmente é do escravismo e da alternativa política dos Quilombos, este último, produto das formas organizativas africanas reelaboradas para a realidade brasileira.


Sem estes elementos se constrói uma história parcial, distorcida e promotora de racismo. Essa invisibilidade mudou os rumos da história de Santa Catarina, fazendo com que as pessoas acreditassem que o estado é um pedacinho da Europa, não possuindo um passado escravista como o restante do país.


7 REFERÊNCIAS


BURKE, Peter. A escrita da História: Novas Perspectivas. 2 ed. São Paulo: ENESP, 1992.

CABRAL, Oswald Rodrigues. História de Santa Catarina. Florianópolis - Editoria Lunardelle, 1987

CARR, Eduard Hallet. Que é História – Rio de Janeiro. Ed. Paz e Terra, 1996

JUNGBLUT, César augusto. A aproximação da Historia Local com a Historia Regional. Apostila de História Regional. Indaial, 2008.


MAIA, Thiago. O Dialético. Disponível em: < http://www.odialetico.hpg.com.br>. Acessado em 13 de Outubro de 2006.

NUNES; Antonio Carlos / Palavra em Ação, Historia - São Paulo. Ed. Claranto, 2003

SANTA CATARINA, Secretaria de estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: temas Multidisciplinares. Florianópolis, COGEN, 1998.

SPRÍCIGO, Antonio César. Sujeitos Esquecidos, Sujeitos Lembrados. Caxias do Sul: Murialdo, 2007.

SILVA, Acildo Leite da. Biblioteca digital : disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/abho4sul/pdf/Helena%20Rosa.pdf.> Acessado em 22 abril de 2009


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Postagem inicial

Cadastrem-se e comentem o blog.