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terça-feira, 18 de agosto de 2009

O meu Trabalho de Graduação

O meu trabalho de Graduação foi voltado para o resgate da história do negro escravo na Freguesia Nossa Senhora Mãe dos Homens do Araranguá do século XIX que conforme Spricigo,(2007, p.11) correspondia a “Gigantesca área de terra, que no século XIX compreendia a parte sul do município de Laguna, em maio de 1848 foi elevada a categoria de Freguesia, passando a ser designada Freguesia Mãe dos Homens do Araranguá. Seus limites iam do rio Urussanga, ao norte, ate o ria Mambituba, ao sul, na fronteira com o Rio Grande do Sul. A oeste fazia divisa com a Serra Geral e a leste com o Oceano Atlântico. Não pude deixar de citar em meu trabalho, o perfil ocupacional do Negro e nele fiz algumas citações.

Fernando Henrique Cardoso apud Sprícigo, ao analisar a presença do negro em Florianópolis, afirma:

[...] a mão-de-obra escrava foi utilizada nos vários setores em que se diversificou a atividade econômica da região. Quantitativamente, o setor agrícola da economia foi o que mais absorveu a mão-de-obra escrava. [...] a partir de 1850, ocorrera na Ilha de Santa Catarina um incremento no cultivo de mandioca e cana-de-açúcar. Essas plantações eram feitas por agricultores médios, que utilizavam escravos, até mesmo o agricultor pobre comprava escravos. ( 2007, p. 76)

Por outro lado Cabral Historiador tradicional, coloca que:

O elemento escravo em Santa Catarina não teve, como em outras regiões do país, largo emprego nas fainas agrícola, só muito raramente, aqui neles empregado. As principais fainas a que foram destinados pretendiam-se ao trabalho nas Armações da Baleias e sua pesca e nas do trafego marítimo, sendo numerosos os que, marinheiros, eram empregados pelos seus senhores nas embarcações que existiam na Província. Como empregados domésticos e das casas de negocio de seus senhores, serventes, encarregados da limpeza das casa, lavadores de vidros e de casa, vendedores ambulante, operários de varias classes, como pedreiros, carpinteiros, pintores, etc. As mulheres, na quase totalidade, domésticas, empregando-se na cozinha, como o doceira, engomadeiras, amas, etc. (1987, p,166)

Segundo o historiador Eduard Hallert Carr :

A História consiste num corpo de fatos verificados. Os fatos estão disponíveis para os historiadores nos documentos, nas inscrições, e assim por diante, como os peixes na tábua do peixeiro. Os historiadores devem reuni-los, depois leva-los para casa, cozinha-los, e então servi-los de maneira que o mais atrai. (1996, p.45).

Fica minha pequena contribuição com o perfil ocupacional do Negro em Santa Catarina. Procurei em meu trabalho servir os peixes da História tradicional e da Nova, e assim, permitir que o leitor serva-se com criticidade e inteligencia. Sem estes elementos se constrói uma história parcial, distorcida e promotora de racismo.

Um grande abraço.

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